Mães de alunos com TEA cobram mais professores auxiliares em escolas de Ribeirão Preto, SP

Mães de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pedem mais professores auxiliares na rede municipal de Ribeirão Preto, em São Paulo.

Com o retorno das aulas, as famílias das crianças estão preocupadas com o desenvolvimento pedagógico e a sociabilização, especialmente no início da alfabetização.

Na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Professor Miguel Mussi, localizada no bairro Jardim Silvio Passalaqua, apenas no período da manhã, há nove crianças diagnosticadas com TEA matriculadas. Uma delas, com nível de suporte 3, ou seja, totalmente dependente de um professor auxiliar, conseguiu o acompanhamento por meio de uma liminar judicial.

No entanto, outras crianças, incluindo aquelas que ainda estão em processo de investigação para diagnóstico, não contam com o mesmo apoio.

Mães estão preocupadas com desenvolvimento

A empregada doméstica Tatiara dos Santos, mãe de de um menino de 5 anos, autista de nível de suporte 1, relata que o filho está matriculado em uma sala com outros 20 alunos, sendo mais um deles autista. Eles não têm um professor auxiliar em sala.

“O ano passado tinha dois suportes para 14 crianças, mas este ano eles foram remanejados para outras escolas. Fica difícil para os nossos filhos aprenderem sem o suporte necessário”, afirma.

A vendedora Viviane Fernandes dos Santos, mãe de um menino autista de 5 anos, compartilha da mesma preocupação. “As professoras ajudam bastante, mas como tem muitas crianças, ele não recebe a atenção individualizada que precisa. Falta muito professor de apoio”, afirma.

Demanda por profissionais especializados

A psicopedagoga Michela Brunelli, que atua com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, reforça que o número de professores auxiliares não é suficiente para atender à demanda.

“As crianças precisam de um professor de apoio ao lado para dar suporte no processo de alfabetização e outras atividades em sala. O impacto da falta desse profissional é grande, pois lá na frente teremos situações de não aprendizagem”, explica.

Michela também destaca a necessidade de melhor formação para os profissionais que lidam com crianças autistas. “Muitas vezes, os professores não recebem a informação necessária para trabalhar com esse público. É preciso um planejamento adequado, já que os diagnósticos de TEA estão aumentando”, completa.

Créditos: G1