A inclusão de alunos autistas nas escolas regulares tem sido uma conquista importante no campo da educação. No entanto, essa inclusão também traz desafios, um dos quais é lidar com as crises de autistas no ambiente escolar. As crises autistas podem ser desencadeadas por uma variedade de fatores e exigem uma abordagem sensível e estruturada por parte dos professores e profissionais da escola. Neste artigo, exploraremos o que são as crises autistas, seus possíveis gatilhos na escola e as melhores práticas para lidar com essas situações, com base na análise do comportamento aplicada.
O Que São as Crises Autistas?
As crises autistas são episódios de comportamento desafiador e, muitas vezes, intensamente emocional que podem ocorrer em crianças autistas. Essas crises podem se manifestar de várias maneiras, incluindo explosões de raiva, agressão, choros incontroláveis, autolesões e a recusa a participar de atividades. Elas geralmente ocorrem como resposta a situações estressantes ou perturbadoras e podem ser a única forma de comunicação de uma criança autista diante do que ele ou ela percebe como uma sobrecarga sensorial ou falta de compreensão.
Possíveis Gatilhos de Crises Autistas na Escola
As crises autistas podem ser desencadeadas por diversos fatores no ambiente escolar. Alguns exemplos de situações que podem levar a uma crise incluem:
- Sobrecarga Sensorial: Salas de aula barulhentas, iluminação excessiva, texturas desconfortáveis em roupas ou móveis podem sobrecarregar os sentidos das crianças autistas.
- Transições: Mudanças na rotina, como o início ou o fim das aulas, podem ser desafiadoras para crianças com autismo, que muitas vezes preferem previsibilidade.
- Interações Sociais: Crianças autistas podem enfrentar dificuldades em compreender e participar de interações sociais com colegas, o que pode ser fonte de estresse.
- Tarefas Acadêmicas: Certas tarefas podem ser desafiadoras para crianças autistas, causando frustração e ansiedade.
- Compreensão Limitada: A falta de compreensão sobre o que é esperado deles ou o que está acontecendo no ambiente escolar pode ser confusa para as crianças autistas.
Como Professores e Profissionais Devem Agir nas Crises
Lidar com crises autistas requer uma abordagem estruturada e empática. Aqui estão algumas diretrizes sobre como agir durante uma crise:
- Mantenha a Calma: É fundamental que os adultos envolvidos na situação permaneçam calmos. Evite demonstrar frustração ou irritação.
- Garanta a Segurança: Priorize a segurança da criança e dos demais alunos. Afaste objetos perigosos e, se necessário, solicite ajuda adicional.
- Respeite o Espaço Pessoal: Mantenha uma distância segura, respeitando o espaço pessoal da criança e evitando tocar nela a menos que seja necessário para sua segurança.
- Comunique-se de Forma Clara e Simples: Use comunicação visual e gestual, e fale de forma clara e simples para garantir que a criança compreenda o que está acontecendo.
- Reduza Estímulos Sensoriais: Diminua ou remova estímulos sensoriais que possam estar contribuindo para a crise, como ruídos altos ou luzes brilhantes.
- Ofereça Apoio Emocional: Ofereça apoio emocional e compreensão, mesmo que a criança não possa expressar seus sentimentos de forma verbal.
- Registre Dados: Mantenha registros das crises, identificando padrões e gatilhos para ajudar a preveni-las no futuro.
Além de lidar com crises, é importante adotar estratégias de prevenção, como a criação de um ambiente estruturado e previsível na sala de aula, a oferta de apoio individualizado e a promoção de habilidades sociais. Após uma crise, é fundamental realizar uma revisão do que a desencadeou e desenvolver planos para evitar recorrências.
Lidar com crises de autistas na escola exige empatia, paciência e uma compreensão profunda das necessidades individuais de cada criança. A análise do comportamento aplicada (ABA) oferece abordagens valiosas para apoiar essas crianças. À medida que educadores e profissionais da escola adotam estratégias eficazes de prevenção e intervenção, podem ajudar a criar um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor para todos os alunos, independentemente de suas diferenças.