A seletividade alimentar é uma característica frequentemente observada em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este comportamento pode resultar em uma dieta limitada, impactando negativamente a saúde e o desenvolvimento das crianças. A intervenção através da terapia alimentar tem se mostrado uma abordagem eficaz para lidar com esses desafios.
A Seletividade Alimentar no Autismo
Estudos indicam que entre 46% e 89% das crianças com TEA apresentam algum grau de seletividade alimentar. Essa condição pode estar relacionada a sensibilidades sensoriais, dificuldades na aceitação de novas texturas e sabores, ou mesmo a comportamentos repetitivos e restritivos que fazem parte do espectro autista.
Importância da Nutrição Adequada
Garantir uma nutrição adequada é essencial para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. Deficiências nutricionais podem exacerbar sintomas do autismo, como irritabilidade, dificuldades de concentração e problemas gastrointestinais. Estudos científicos mostram que intervenções nutricionais podem melhorar a qualidade de vida dessas crianças.
A Terapia Alimentar como Caminho
A terapia alimentar envolve a participação de profissionais de saúde, como nutricionistas e terapeutas ocupacionais, que utilizam estratégias específicas para melhorar os hábitos alimentares da criança. A introdução gradual de novos alimentos e a redução da ansiedade associada às refeições são pontos centrais dessa abordagem.
Dados de um estudo publicado no “Journal of Autism and Developmental Disorders” mostram que intervenções terapêuticas focadas na alimentação resultam em uma maior diversidade alimentar e na aceitação de novos alimentos em crianças com TEA. O papel dos pais e cuidadores é crucial nesse processo, pois a consistência e o suporte em casa complementam a terapia profissional.
Experiência Pessoal
Me chamo Vanessa Born e trabalho como terapeuta alimentar de crianças atípicas. Através da minha experiência, tenho testemunhado o impacto positivo da terapia alimentar na vida das crianças e suas famílias. A paciência, a consistência e a abordagem individualizada são fundamentais para o sucesso.
Intervir na seletividade alimentar de crianças com autismo é um desafio, mas a terapia alimentar oferece uma abordagem promissora. Com o suporte de profissionais especializados e o envolvimento ativo dos pais, é possível promover uma dieta equilibrada e melhorar a qualidade de vida dessas crianças. Os dados científicos reforçam a eficácia dessa intervenção, trazendo esperança e resultados concretos para muitas famílias.
Vanessa Born:
Terapeuta alimentar especializada em seletividade alimentar de crianças atípicas.
Criadora do “Comer afetivo”.
Professora de Educação alimentar.
Instagram: @nutri.vanessaborn
CRN: 16100920