Como saber que meu filho autista está em crise?

As crises no autismo são momentos de sobrecarga sensorial e emocional que podem se manifestar de diversas maneiras, como choro intenso, birras, agitação psicomotora, autoagressão e até mesmo comportamentos agressivos.

Como identificar uma crise?

Cada indivíduo com TEA é único, e os sinais de alerta para uma crise podem variar. No entanto, alguns sinais comuns incluem:

  • Alterações na comunicação: Dificuldade em se comunicar verbalmente ou por gestos, aumento ou diminuição da fala, ecolalia (repetição de frases ou palavras).
  • Mudanças sensoriais: Sensibilidade extrema a estímulos como luz, som, toque, cheiro ou gosto, busca excessiva por estímulos sensoriais.
  • Aumento da ansiedade: A pessoa pode demonstrar nervosismo, inquietação ou evitar contato visual.
  • Alterações no comportamento: Mudanças bruscas no humor, como irritabilidade ou tristeza repentina.
  • Dificuldades emocionais: Choro intenso, birras, frustração, ansiedade, medo.

Prever as crises é possível?

Embora não seja possível prever com total certeza quando uma crise acontecerá, existem alguns gatilhos que podem aumentar o risco, como:

  • Mudanças na rotina: Novos ambientes, horários diferentes, alterações na alimentação ou sono.
  • Sobrecarga sensorial: Ambientes barulhentos, com luzes fortes ou cheiros intensos, multidões.
  • Dificuldades de comunicação: Frustração por não conseguir se comunicar ou se fazer entender.
  • Fatores emocionais: Estresse, ansiedade, medo, tristeza.

O que fazer durante uma crise?

Manter a calma e agir com segurança é fundamental. Aqui estão algumas dicas:

  • Mantenha um ambiente seguro: Remova objetos que possam causar perigo e leve a pessoa para um local tranquilo e silencioso.
  • Valide as emoções: Demonstre empatia e compreensão, mesmo que você não compreenda totalmente o que está acontecendo.
  • Evite gritar ou argumentar: Isso pode piorar a situação.
  • Ofereça apoio sensorial: Tente identificar o que está sobrecarregando a pessoa e ofereça alternativas, como tampões de ouvido, óculos escuros ou um cobertor.
  • Utilize técnicas de descompressão: Se a pessoa estiver verbal, incentive-a a falar sobre o que está acontecendo. Se não for possível, ofereça atividades calmantes, como ouvir música ou brincar com um objeto sensorial favorito.

Embora as crises não possam ser totalmente evitadas, existem medidas que podem ajudar a reduzi-las:

  • Identifique os gatilhos: Observe o que costuma desencadear as crises e tente evitá-los ou minimizar seu impacto.
  • Crie uma rotina previsível: Mantenha horários regulares para refeições, sono e atividades.
  • Ensine estratégias de comunicação: Ajude a pessoa a expressar suas necessidades e desejos de forma eficaz.
  • Promova a regulação sensorial: Ofereça atividades sensoriais calmantes e ajude a pessoa a identificar e lidar com seus estímulos sensoriais.
  • Busque apoio profissional: Um psicólogo especializado em autismo pode te ajudar a desenvolver um plano personalizado para lidar com as crises.

Você não está sozinho! As crises no autismo podem ser desafiadoras, mas com conhecimento, apoio e estratégias adequadas, você pode ajudar a pessoa com TEA a superar esses momentos e viver uma vida mais plena e feliz.